Matéria do bom dia Brasil da Globo, abordou nesta quarta-feira (20-10) a falta de pilotos comerciais na aviação brasileira.
Temos alunos formados aqui no aero clube de Ponta Grossa, trabalhando em grandes empresas aéreas e conversei com o pai de um deles que recentemente foi contratado pela Gol e está em treinamento dentro da empresa para em breve assumir o comando de grandes aeronaves. Isso, sem investimento da Prefeitura que prefere investir em costureiras (para pregar os botões da camisa do marido, conforme palavras do Prefeito) deixando de lado o investimento em mão de obra qualificada nas áreas que demandam alguma tecnologia.
Imagino que para o Prefeito e para a Diretoria de Qualificação Profissional, formar pilotos comerciais não seja tão importante quanto formar mão de obra para tentar pagar uma promessa de campanha utópica de criar um polo de confecção na cidade.
A reportagem da Globo mostra muitos alunos não concluem o curso, pelo custo final quando os alunos iniciam as aulas práticas de vôos e a hora é cara para muitos.
É nessa hora que o poder público deve entrar. Em Ponta Grossa os alunos em final de curso tem que ir para outras cidades fazer as horas de vôo noturno porque o Aeroporto Sant´ana não possui iluminação para vôos noturnos e a Prefeitura alegava que não fazia a obra de colocação de lâmpadas porque faltava "guardião" para cuidar da segurança do nosso Aeroporto e que isso faria com que roubassem a fiação e lâmpadas durante a noite. Depois de muita pressão e depois de uma matéria por mim enviada para este Jornal com o título "O problema é o guardião" meses atrás, agora a desculpa é outra: dizem que está faltando um projeto para iniciar a obra.
Oras, mas tem mais de três anos que o assunto está em pauta e ainda não tem projeto? Haja competência senhor Prefeito.
A verdade é que as prioridades deste governo é com grandes obras desnecessárias (todas paradas por sinal, aguardando 2012 quando teremos eleições) e não com a Educação e com a formação de mão de obra necessária. E como não tem oposição na câmara, a coisa continua do jeito que o Prefeito gosta. A passos de tartaruga, sem cobranças e a cidade inerte assistindo tudo sem reação.
Está na hora das entidades também cobrarem porque se depender da vereança, fica tudo como está. O Conselho de Entidades este ano formado dentro da ACIPG que fez um belo trabalho para estas eleições, poderia junto com o Observatório Social, questionar o Prefeito sobre os investimentos que estão sendo feitos na cidade na área de Educação e formação de mão de obra. Seria uma bela campanha para se abraçar.
Educação como prioridade é necessário na cidade, e estuturar a Aeroporto Sant´ana para que possamos formar aqui os pilotos que faltam nas empresas aéreas é pensar fora do quadrado.
Lauro Padilha
Presidente do Partido Verde em Ponta Grossa
Abaixo, reportagem da Globo. No link logo na sequência, tem um vídeo sobre a matéria.
Os pilotos que se formam aqui estão indo trabalhar no exterior, principalmente na Ásia. Os cursos de formação são caros - custam mais de R$ 100 mil - e demorados. Algumas escolas não estão sequer equipadas para treinar adequadamente os futuros comandantes.
Já pensou faltar piloto de avião no Brasil? É crise à vista. Logo agora que as pessoas estão voando mais, estão usando mais os aeroportos de todo o país. Faltou planejamento.
Formar um profissional experiente requer tempo e dinheiro. Para piorar, o Brasil enfrenta um êxodo de pilotos.
Os pilotos que se formam aqui estão indo trabalhar no exterior, principalmente na Ásia. Os cursos de formação são caros - custam mais de R$ 100 mil - e demorados. Algumas escolas não estão sequer equipadas para treinar adequadamente os futuros comandantes.
Nem adianta apertar os cintos. O piloto sumiu. Na verdade, sumiram. Nem estão aparecendo.
“Há fuga de pilotos para o exterior, para os países orientais e Emirados Árabes. Há falta de estrutura das escolas aqui do Brasil. Algumas escolas só estão com essa estrutura. Hoje a formação do piloto é cara”, comenta o presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (Appa) George Sucupira.
As companhias aéreas precisam cada vez mais de gente capaz de fazer um avião subir e descer. Só nos oito primeiros meses deste ano, quase 99 milhões de brasileiros cruzaram o país ou alcançaram o exterior voando. É um crescimento de cerca de 46% em relação a 2009.
“O que nós estamos observando é que o mercado está aquecendo e formação demora muito a se fazer o piloto”, aponta o copiloto Alessandro Ávila.
“Muitas empresas estão com salário abaixo da média, então eles não estão conseguindo atrair os pilotos que tem no Brasil por causa disso - e fora do Brasil”, destaca o piloto Waldemar da Rocha.
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Interessados em pilotar aviões não faltam. A sala de aula do curso de formação do Aeroclube de São Paulo vive cheia.
De cada 500 alunos que entram no curso, apenas 50 conseguem terminar a formação de piloto comercial. O principal motivo para a desistência é o preço. Cada hora de voo custa, em média, R$ 1,5 mil. As companhias exigem, pelo menos, 500 horas de experiência no ar.
“Para formar um piloto pronto para uma companhia aérea custa em torno de R$ 120 mil. Você consegue fazer isso em um período de 2,5 anos a três anos no mínimo”, calcula o presidente do aeroclube de São Paulo Fadi Sami Younes.
“Na hora que começar as horas de voo, eu vou ter que pôr na ponta do lápis e, não vai ser tudo de uma vez. Vai ser um pouquinho um mês, depois outro mês mais um pouquinho. É pesado”, comenta o aluno de pilotagem Rodrigo Oliveira.
Quem dá uma licença para um piloto - o Detran dos ares - é a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ela diz que não estão faltando pilotos. Mas admite que o problema pode acontecer em breve. Por isso, começou há dois anos um programa de bolsa de estudos para novos profissionais.
“A gente banca 75%, o aluno banca os outros 25% e com isso a gente reduz um dos principais entraves para entrar na profissão que é o alto custo de formação. Essa é uma das iniciativas. Nós estamos também agora começando uma bolsa para mecânicos de manutenção de aeronaves, porque não é apenas pilotos que pode faltar, pode faltar mecânicos também. Estamos estudando outras iniciativas para fortalecer os aeroclubes, as escolas de formação, fomentar o surgimento de novas escolas”, avisa o superintendente de capacitação da Anac Paulo Henrique de Noronha.
De acordo com a Organização Internacional de Aviação Civil, as companhias aéreas do mundo vão precisar de 49 mil pilotos por ano, mas só 47 mil são formados anualmente. Não é à toa que muitas dessas empresas vêm buscar profissionais no Brasil.