Congresso MBC
Tema foi discutido no Congresso Brasil Competitivo; participantes cobraram também qualificação da mão de obra e reformas no setor público
Beth Matias
São Paulo - Uma mudança profunda na cultura da inovação no Brasil passa necessariamente por uma modificação na lógica na educação, defende o secretário de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Luciano Almeida. Para o secretário, que participou na terça-feira (27) do 8º Congresso Internacional Brasil Competitivo, em São Paulo, a disciplina de empreendedorismo deve fazer parte do currículo do ensino médio.
“A grade curricular no Brasil está desfocada. Por isso, há uma grande evasão escolar. O que os alunos aprendem não condiz com a realidade que vivem em casa ou na rua”, disse ele. “O pré-adolescente e o adolescente precisam incorporar conceitos inovadores e levá-los para os negócios da família, de amigos, ou criar sua própria empresa no futuro.”
A idéia é corroborada pelo presidente do Conselho da Endeavor, Beto Sucupira. “Técnicas de resolução de problemas não são administradas em nenhuma escola de administração do país. Problemas são o que mais existe nas empresas. Para solucioná-los é preciso ousadia e inovação. A educação empreendedora deve começar cedo e se estender por toda a vida acadêmica do individuo, seja para trabalhar como empregado ou como empregador.”
No evento, representantes de multinacionais, de universidade e empresários brasileiros debateram os rumos da inovação no País. “Hoje, quando pensamos em inovação, o principal gargalo é encontrar mão de obra qualificada”, disse Jorge Audy, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da PUC do Rio Grande do Sul. Segundo ele, o papel da educação é fundamental para o desenvolvimento da cultura inovadora no país.
Neste ponto, segundo ele, as universidades, mais que formar, têm de qualificar os alunos. “Existe um grande número de alunos que passam no curso, mas desistem. O número de evasão chega a 75%. É preciso acabar com isso”, disse.
O fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Jorge Gerdau, disse acreditar que o verdadeiro processo de inovação está subdimensionado no país. “A nossa cultura histórica forma militantes, gente que pensa pouco e obedece muito. A prosperidade da sociedade está diretamente relacionada à inquietação das pessoas.”
Reforma tributária e fiscal
Além da educação, os debatedores reafirmaram a importância da inovação no setor público. “Para o Brasil crescer é importante vencer obstáculos, como por exemplo, a reforma tributária, a legislação ambiental, a burocracia, questões trabalhistas e atraso na educação”, disse Gerdau.
Segundo Sucupira, atualmente o Brasil investe apenas 1% do Produto Interno Bruto em inovação, sem foco e eficiência na sua aplicação. “Investimos pouco e mal. Precisamos cobrar do governo a promessa feita em 2003 de chegar a investimentos de 2% do PIB. O prazo se esgotou em 2006.”
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Fonte: http://asn.interjornal.com.br/noticia.kmf?cod=10431284&canal=289
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