sexta-feira, 12 de março de 2010

Cartunista Glauco e seu filho são mortos a tiros em Osasco (SP)

Do UOL Notícias*  Em São Paulo 

O cartunista Glauco Villas Boas, 53, foi morto a tiros na madrugada desta sexta-feira (12), em Osasco (SP).  A polícia investiga se Glauco, como era conhecido, foi vítima de tentativa de assalto ou sequestro em sua residência na Estrada Alpina, no bairro Jardim Santa Fé.

A casa de Glauco foi invadida por dois homens armados, que tentaram levar pertences da família e o próprio cartunista. Ao tentar persuadir um dos bandidos, Glauco foi alvejado com quatro tiros à queima roupa.



O filho dele, Raoni Villas Boas, 25, que chegava da faculdade, discutiu com os bandidos ao se deparar com seu pai, já ensanguentado por conta de uma coronhada. Ele também foi atingido por disparos. Os bandidos fugiram do local em um carro roubado, sem levar nada.

Glauco e seu filho chegaram a ser socorridos e levados ao hospital Albert Sabin, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, mas não resistiram aos ferimentos e morreram.
 
As informações foram repassadas pelo advogado da família, Ricardo Handro. Segundo ele, o crime aconteceu por volta de meia-noite. Os dois homens que invadiram a casa estavam transtornados e aparentemente drogados, contou Handro.

De acordo com o advogado, no momento do crime, o cartunista descansava em casa com a família. A esposa, Beatriz Galvão, está em estado de choque, disse o advogado. Ninguém foi preso até o momento. A polícia investiga a participação de uma terceira pessoa na ação.

O caso foi registrado no 1° DP de Osasco e os corpos do cartunista e do filho foram encaminhados para o IML da cidade. A família aguarda a liberação do corpo para marcar o velório e o enterro das vítimas. Segundo o advogado, a família pede que o velório seja reservado. Já o enterro será liberado.

Glauco era padrinho fundador da igreja Céu de Maria. Familiares e amigos deverão velar o cartunista e seu filho nesta igreja, da doutrina do Santo Daime.

Perfil

Glauco é conhecido por suas charges publicadas desde 1977 no jornal Folha de São Paulo. Criador de personagens como Dona Marta, Zé do Apocalipse, Doy Jorge, Geraldinho e Geraldão, seu ingresso no jornalismo se deu nos anos 70, graças ao jornalista Hamilton Ribeiro, que dirigia o "Diário da Manhã", em Ribeirão Preto, e tirou o paranaense da fila do vestibular para Engenharia.

Alguns anos mais tarde, em 1976, a premiação no Salão de Humor de Piracicaba abriu as portas do jovem cartunista para a grande imprensa. Em 1977, Glauco começou a publicar suas tiras esporadicamente na Folha de S. Paulo. A partir de 1984, quando a Folha dedicou espaço diário à nova geração de cartunistas brasileiros, Glauco passou a publicar suas charges periodicamente.
* Com informações da Folha Online





Geraldão


Geraldão é o principal personagem criado por Glauco, solteiro, na faixa dos 30 anos, ele ainda é virgem e mora com a mãe, com quem tem uma relação neurótica. Geraldão bebe, fuma bastante, toma os remédios que encontra pela frente e adora atacar a geladeira. O personagem foi criado para o livro "Minorias do Glauco", lançado em 1981.



Geraldinho
 

Geraldinho é a versão criança do Geraldão. Ao invés de beber, fumar e tomar remédios, ele é viciado em refrigerantes, TV e sorvete. Seus amigos inseparáveis são o cachorro Cachorrão e do gato Tufinho. Geraldinho foi criado especialmente para a Folhinha.



Netão
 

Netão foi o primeiro quadrinho criado por Glauco para a internet. Ele surgiu em maio de 2000, feito especialmente para o UOL. O nome Netão é uma referência à palavra net. O personagem tem cerca de 30 anos e vive "internado" em um apartamento com a mulher. Netão tem compulsão por salas de bate-papo e, sem nunca tirar seu pijama, passa boa parte do seu tempo envolvido em traições virtuais.



Dona Marta
 

Dona Marta é uma daquelas moças educadas à moda antiga e, de tanto esperar pelo homem ideal, acabou ficando para titia. Quando se deu conta de que não arrumaria um namorado, ela passou a cantar todos os que encontra. A personagem foi criada 1981, também para o livro "Minorias do Glauco".


Casal Neuras
 

Criado em 1984, o casal é formado por uma mulher não submissa e por um homem que faz pode de liberal mas, no fundo, morre de ciúmes dela. Os dois são chamados de Neurinha, ela e ele. Os personagens foram baseados no primeiro casamento de Glauco.


Zé do Apocalipse

Zé do Apocalipse é uma espécie de profeta brasileiro, que acredita que o país é a terra do novo milênio. O personagem acredita ser o porta-voz dessa nova era e prega suas ideias em todo o lugar. Zé foi inspirado em um amigo de Glauco que vivia em uma comunidade alternativa.


Edmar Bregmam

O personagem é uma homenagem ao cineasta Glauber Rocha e ao cinema novo. Edmar nunca terminou um filme e seu único contato com o cinema foi ter sido responsável pelos efeitos especiais de "Terra em Transe".


Doy Jorge

Doy Jorge é um roqueiro que não se deu bem na carreira e se deixou levar pelas drogas pesadas. O personagem foi criado nos anos 80 para as revistas do "Geraldão" e também teve suas tiras publicadas na Folha.



Zé Malaria
 

Zé é um antropólogo que estudou a mata, mas nunca foi a campo e morre de medo de cobras, aranhas e bichos em geral. Seu instrumento de trabalho é um inseticida que devasta a floresta.


Ficadinha
 

Criada em 2000 para integrar um canal do UOL direcionada para a sexualidade de jovens, Ficadinha é uma adolescente contemporânea. Ela tem 17 anos, mora com os pais e tem vários "ficantes".



Faquinha
 

Faquinha nunca conheceu os pais e foi criado por Facão, um perigoso traficante. Faquinha entrou para o mundo do tráfico e vive sendo perseguido pela polícia e por grupos de extermínio.



Nojinsk
 

Nojinsk vive num deserto com seu tapete mágico sempre fugindo dos americanos e de grupos extremistas que o confundem com terroristas. O personagem é, na verdade, um comerciante de camelos, odaliscas, haxixe e tapetes-voadores.



Ozetês
 

Eles vieram do espaço e se comunicam por telepatia, meditam e materializam coisas com a força do pensamento. Vários artistas famosos já mediram com os ozetês, como Jimi Hendrix.

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