Investidores receiam controle do cofundador do Facebook que, com apenas 27 anos, se verá posições acima de veteranos estrategistas, com poder até para escolher um eventual sucessor
Há algo preocupando o mercado investidor quanto à oferta inical de ações do Facebook: Mark Zuckerberg. Com a abertura de capital da companhia, teme-se as consequências de se manter tanto poder concentrado em uma única pessoa; a pergunta que fica é: será que ele dá conta?
Vários veículos estrangeiros trazem a discussão à tona. A BusinessWeek, por exemplo, diz que os 57% de poder de voto que ficarão nas mãos do CEO são um risco aos investidores e o The New York Times afirma que a operação toda não passa de uma grande aposta em Zuckerberg.
Com apenas 27 anos, o cofundador do Facebook se verá posições acima de veteranos estrategistas, com poder até para escolher um eventual sucessor.
"O público não tem qualquer influência no controle do conselho, o que na minha opinião é extremamente prejudicial a qualquer noção de responsabilidade", disse Charles Elson, professor de governança corporativa da Universidade de Delaware, à BusinessWeek. "É muito preocupante para os investidores, e é uma aposta ruim para eles."
O mesmo alerta é feito pela Reuters, que comenta: "Facebook revela planos para o maior IPO já feito em relação à internet, que pode levantar perto de US$ 10 bilhões, mas deixa claro que o CEO Mark Zuckerberg exercerá o controle quase total sobre a companhia, deixando os investidores com pouco a dizer."
Já o NYT usou a opinião dos usuários para mostrar que a operação financeira não preocupa apenas os investidores. Três horas depois do anúncio de IPO, Zuckerberg postou uma foto sobre o assunto, em que centenas de pessoas comentaram, algumas com posições do tipo "bom trabalho, você pegou o mundo todo para si, agora devolva-o" ou "por que abrir o Facebook apenas à elite? Dê a oportunidade para todos ajudarem a fazer o Facebook ser o que ele é".
O periódico também faz sua provocação: "As massas do Facebook vão exigir suas ações?"
Brasil em jogo
Quando fez a apresentação oficial da abertura de capital, o Facebook mostrou o quanto aposta no Brasil como um dos focos principais para lucrar. Ao lado da Índia, é um dos países que mais crescem na rede social de 845 milhões de usuários.
O Brasil possui 37 milhões de pessoas cadastradas, resultado de um crescimento de 236% visto em 2011 - que deixou o Orkut para trás.
Também está em jogo o fato de um país com quase 200 milhões de habitantes não ter nem metade da população conectada à internet. A perspectiva de crescimento é grande.
Com informações da Folha de S.Paulo
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