sábado, 7 de novembro de 2009

BLOG CARVÃO VERMELHO ENTREVISTA PRESIDENTE DO PV DE PONTA GROSSA/PR

Entrevista do Presidente do Partido Verde de Ponta Grossa, Lauro Padilha para o Blog www.carvaovermelho.blogspot.com de Daniel M.Moreira.

CV: Você como candidato, que tem a dizer dessa propaganda eleitoral na TV, onde os candidatos mais parecem uns bonecos lendo (os que sabem) mensagens gravadas e irritando o telespectador?
PADILHA: A propaganda eleitoral gratuita destinada aos partidos é importante para divulgação da ideologia e propostas dos dirigentes e candidatos. Mas o que acontece é um Festival de utopias e promessas falsas e nada de ideologia e de coisas práticas. Nos últimos 2 anos tenho aparecido nesses horários falando pelo Partido Verde, primeiro como candidato a prefeito de Ponta Grossa/PR, que fui em 2008 e agora como pré-candidato a deputado estadual. Minha linha é EDUCAÇÃO. Gasto a maior parte desse tempo mostrando que a saída para o País é a educação e tenho insistido muito na Educação em Tempo Integral. Tenho certeza que as propagandas do PV agradam mais que irritam, mas concordo que a maioria parece um boneco lendo e que nem sabe na verdade, o que está apresentando. Se minutos depois da apresentação, questionar o candidato sobre o assunto que leu, ele não terá a mínima noção sobre o assunto que acabou de falar.



CV: Você é candidato a deputado em 2010. Nesse momento em que os políticos no Brasil andam em baixa, não é arriscado jogar seu nome na fossa legislativa?
PADILHA: Considero-me honesto, competente e digno, mas sei que é por isso que a maioria das pessoas boas não coloca seu nome na disputa. Por essa generalização do mau político. Mas se eu não apresentar meu nome os maus continuaram nos comandando. Sempre cito uma frase do historiador inglês, Arnold Toynbee: "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam”. E também tenho no meu youtube, o texto “Analfabeto Político” (http://www.youtube.com/watch?v=S1re2WZ4wDI) que explica um pouco essa vontade de mudar essa imagem criada por esses que ai estão.



CV: Em 2002 o PV apoiou o PT, Agora com a “cláusula de consciência” como conciliar o rigor dos desvios sem violentar a consciência de qualquer militante e ainda ser tolerante com a consciência humana, não é muito pragmático?
PADILHA: Partidos Políticos tem dirigentes eleitos para tomadas de decisões, que nem sempre são unanimidade ou vontade de parte dos filiados. Eu posso falar com minha consciência tranqüila, que nunca fui PT e todos os artigos que escrevi desde a hegemonia deles, são contrários a eles. Mas sou um homem de partido e aceito algumas decisões, apesar de não me calar e bater naquilo que sou contrário. A direção do PV optou pelo apoio ao PT com a intenção de crescer. Eu sempre fui contrário a isso. Crescer a qualquer custo não faz parte da minha ideologia. Aqueles que pensam como eu, sempre lutaram contra os desmandos do PT mesmo estando na base aliada. Existiu uma migração muito grande de militantes petistas para o PV nos últimos anos, e foram justamente aqueles que perceberam que o PV consegue manter uma linha ética de conduta, mesmo participando de um governo que já teve mais de 150 escândalos em menos de oito anos de poder.



CV: Pelas diferenças programáticas essa coligação do PV com o PSOL, em apoio a Marina Silva, defendida pelo Gabeira, não violenta a consciência dos militantes, como já aconteceu no apoio ao PT?
PADILHA: O PSOL pretende apoiar o PV e não o contrário. Começo dizendo, que sou contra. Acredito que novamente a busca do poder a qualquer custo, passa pela cabeça de alguns dirigentes. Todo apoio é bem vindo desde que não existam negociatas. Apoiar por acreditar que o PV pode fazer um bom governo é bem vindo, mas apoiar em troca de cargos e de parte do poder estabelecido na vitória, não é meu estilo de acreditar num bom governo. O Gabeira é um dos ícones do PV, mas não comanda as decisões. A Heloisa Helena sabe que fica enfraquecida pela presença da Marina no pleito (3 mulheres disputando a presidência da república é um fato histórico único) e tenta uma saída para não deixar o PT continuar.



CV: O PV sabe que quando apoiou o PT, também assumiu junto ao povo o ônus desse apoio, ou é possível “tirar de letra”, pois o povo se esquece fácil e cobra pouco dos políticos?
PADILHA: Grande parte da população nem sabe que o PV está no governo. O povão não vota por ideologia e sim por nomes conhecidos. A mídia é a grande responsável por 99% dos eleitos. Portanto, não acredito que o povo leve isso em consideração. A parte boa do PV no governo é o não envolvimento explícito nos escândalos que se sucederam nesses anos. O PV não ficou marcado por esse apoio, como ficou o PMDB, por exemplo, que participou e participa de quase todos esses fatos noticiados contra o PT. E o PV além de ter apoiado o Lula, no Paraná apoiou o PMDB do Requião.



CV: O senhor votou no Lula? E no Requião?
PADILHA: Nunca votei no Lula. Votei até no Afif e no Espiridião, mas no Lula nunca. E sempre ataquei sua candidatura (os jornais da minha cidade sabem disso). Quanto ao Requião, na eleição de 2002 votei nele e fiz campanha. Já nas eleições de 2006 não. Achei que o governo dele não foi bom, principalmente para Ponta Grossa onde grandes investimentos do governo na cidade, escassearam. E por coisas da política, no segundo governo ele está investindo muito por aqui. Mas o PV é governo (eu não).



CV: A imprensa tem divulgado que nosso governador tem constantemente posturas absolutistas, prepotentes e até agressivas e chamam-no, às vezes, de REIquião, o senhor concorda?
PADILHA: Concordo e é fato. Mas muitas vezes ele esteve certo. Apenas poderia ser menos agressivo, mas é a essência dele. Discordo do governo dele, quando ele é o governador mais nepotista da história do Estado e quando enganou o Paraná com a frase “pedágio: abaixa ou acaba”. No governo dele, o pedágio subiu muito e não acabou. Aqui em Ponta Grossa, para reeleger o atual prefeito, ele prometeu asfaltar 250 km de ruas da cidade, e todos sabemos ser uma meta impossível de cumprir. Isso reelegeu o prefeito. Portanto, não gosto das promessas eleitoreiras que ele faz, por isso não o apoiei no segundo mandato.



CV: Como candidato a deputado o senhor sabe que nossas rodovias foram doadas ao setor privado, para exploração de pedágios e que foram apenas maquiadas, sem investimentos estruturais, em duplicação, etc.. O que tem como proposta para melhorar essa situação?
PADILHA: Primeiramente uma boa conversa com as concessionárias, que tenho certeza estão ganhando rios de dinheiro por um contrato mau feito no governo Lerner. Elas certamente estão abertas ao diálogo e o Requião nunca fez isso. Na justiça o Estado perde todas. O lado positivo das concessionárias é que os trechos são bem cuidados, tem assistência eficiente nas estradas, geram emprego e também impostos. Na nossa região a concessionária investe em educação e assistência social de forma efetiva, ajudando os governos estadual e municipal em setores sabidos de grande necessidade. Caso as negociações não dêem resultado, o Estado deve investir em rodovias estaduais alternativas e é nisso que eu aposto. Ponta Grossa x Curitiba tem uma opção viável que é uma estrada estadual de chão usada pelos pioneiros que vieram para nossa região e o governo deve investir para que ela seja uma opção real a rodovia pedagiada. E por certo, todas as regiões por onde o pedágio passa, tem opções onde o governo deve agir.



CV: Que proposta teria o senhor, caso eleito, para evitar o leilão das contas salariais de funcionários públicos municipais e estaduais, pelos governadores e prefeitos em troca de polpudos apoios financeiros pelos Bancos, nas campanhas políticas?
PADILHA: A falta de estrutura dos governos é que gera essa situação. Sou favorável a utilização da rede bancária estabelecida, por uma questão de custo operacional e de segurança. O leilão é necessário quando beneficia a população e não o político. Sabemos que quando o salário era pago dentro das prefeituras e do governo, a segurança era complicada e também os desvios eram mais freqüentes. Minha proposta é que os sindicatos através de assembléias estabeleçam essa questão e digam a melhor forma de operacionalizar esse volume enorme de recursos. Mas a rede bancária é a mais indicada.



Agradeço a oportunidade de apresentar um pouco daquilo que tenho a oferecer para a população paranaense e talvez um dia meu desejo de ver aumentados os investimentos em EDUCAÇÃO neste país, seja uma realidade.

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